História do Município

História do Município

 

A região do município de Salto do Céu era habitada pelo povo indígena bororó, que eram denominados pelos primeiros portugueses e paulistas de Vila Bela da Santíssima Trindade de Índios Cabaçais. Esse povo indígena não habita mais o município, sendo recolhido à área indígena denominada Umutína, no município de Barra do Bugres.

 

Tudo indica que a região do município era limite entre os povos indígenas bororó e paresí.

 

Não ficou nota de maior importância histórica sobre a região do município de Salto do Céu no tempo da Colônia e da Província.

 

Apenas tardiamente, já na metade deste século a região foi movimentada. A extração da poaia e da borracha aconteceram na região que abrangia o município de Barra do Bugres e o município de Salto do Céu, porém com certas investidas nas matas meridionais.

 

Quem deu origem a movimentação de ocupação da região de Salto do Céu foram os programas de colonização do estado de Mato Grosso a partir de 1946. Foi criado o Departamento de Terras para regularizar a venda de terras, assim como foi criada a Comissão de Planejamento para a Produção - CPP, a fim de dar embasamento e infra-estrutura à colonização. Foi a CPP QUEM ORGANIZOU PRIMEIRO A ENTRADA DE COLONOS PELA Gleba Rio Branco, criada em 1953, numa área de 200 mil Hectares.

 

O próprio presidente da CPP, em pessoa, João Augusto Capilé Filho, que havia sido prefeito da cidade sul mato-grossense de Dourados, subiu 16 quilômetros acima de Rio Branco com um grupo de "experimentados mateiros", à procura de terras de boa qualidade para plantação.

 

Naqueles tempos se procurava a terra por meio de vista de mata. A mata de madeira de lei, a mata fechada era o indicativo de terra boa. Apenas mais tarde se implantou a agricultura no cerrado. Capilé Filho penetrou em terreno de mata fechada Rio Branco acima, tendo a impressão de que entrava em região virgem, intocada.

 

Subindo o rio Branco, Capilé se deparou com uma alta queda d‘ água, e denominou o lugar de Salto do Céu, impressionado pela altura da cachoeira. O salto se encontraria mais tarde pelos lados da nascente na cidade de Salto do Céu, no Rio Branco.

 

A chegada de João Carreiro de Sá e de Cipriano Ribeiro Sobrinho assinala o início da ocupação de Salto do Céu. Os dias de abertura foram todos árduos, pois era executado com facão, foice e machado.

 

A CPP participou ativamente da organização, conduzindo a demarcação dos lotes rurais. A CPP fez construir um barracão, uma das primeiras construções para sede dos trabalhos de abertura da colonização.

 

A terra era distribuída em lotes de 200 X 1.000 metros.

 

A primeira missa da nascente povoação de Salto do Céu foi celebrada a 28 de Agosto de 1964, em barraca, que abrigava a população do momento. Celebrou o ato religioso o Padre Amadeus. Foi chegando gente, principalmente dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Os primeiros cultivos da terra foram o arroz e feijão. Essas duas culturas marcaram o desenvolvimento da povoação.

 

Como parte dos colonos não possuía capital econômico, a CPP providenciava alimentos em Rio Branco, distribuídos gratuitamente. Eram donativos dos estados Unidos da América, doados através de famoso programa de alimentos para a Paz.

 

A estrutura de vida dos colonos era de estrita colônia: produção para subsistência e venda do excedente. Assim o povoado da futura cidade não tende a crescer, pois o característico de vida é o rural.

 

Foram nascendo povoamentos na região, como Cristinópolis, Vila Progresso, Rio Negro, 6ª Secção, rio Branquinho, Lua Nova, Jataí, Curupaiti, Tucandira, Santa Rosa, Rio Vermelho, Santa Virgínia, Fortuna, Alto Pito e Lucélia.

 

O primeiro núcleo de ensino do povoamento foi a Escola Municipal de I Grau de Salto do Céu, em 1968, atendendo as necessidades de educação da comunidade.

 

No ano seguinte, Salto do Céu foi elevado à categoria de distrito. Neste mesmo ano ganhou os primeiros estabelecimentos públicos: o primeiro Cartório de Registro Civil e um posto da Receita Federal/Estadual.

 

A Lei nº 3.794, de 04 de abril de 1978, criou o distrito de Cristinópolis, no município de Cáceres. Assim, como organização social, Cristinópolis tomou a dianteira de Salto do Céu.


Em 1978 foi criada a Escola Estadual Deputado Francisco Villanova, que inicialmente oferecia o curso de I grau. Algum tempo depois passou ao de II grau e magistério.


A Lei nº 4.152, de 13 de dezembro de 1979, de autoria do deputado Aldo Borges e sancionada pelo governador Frederico Campos, criou o município:


Artigo 1º - Fica criado o município de salto do Céu, com território desmembrado do município de Cáceres....


Artigo 2º - O município ora criado é constituído de três distritos: da sede, Cristinópolis e Vila Progresso...


Artigo 3º - Nos termos da Lei complementar Federal nº 01, de 09 de Novembro de 1967, o município de Salto do Céu só seria instalado no dia 31 de Janeiro de 1981 com a posse do Prefeito, Vice-prefeito e vereadores, eleitos a 15 de Novembro de 1980".

 

Por ato do governador Frederico Campos, foi nomeado para exercer o cargo de Administrador municipal, o Sr. Benildo Justino dos Santos. Após algum tempo o Sr. Célio Antonio da Silva assumiu o cargo de Administrador Municipal de salto do Céu.

 

No ano de sua instalação como município, salto do Céu foi dotado de rede de energia elétrica através da Cemat. Nesta mesma ocasião foi criado o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Salto do Céu, fundado em 14 de junho de 1981. Este organismo foi criado com o objetivo de defender os interesses da classe de trabalhadores rurais.

 

Em 20 de novembro de 1982, chegou ao município de Salto do Céu o revendo Padre Theodóre, que deu continuidade aos trabalhos religiosos na cidade; neste mesmo ano foi instalada uma antena parabólica, que captava sinais de televisão - uma diversão para a comunidade; em fevereiro foi instalado o posto telefônico, atendendo aos sistemas DDI e DDD, que contava com uma cabine, 2 mensageiros e 3 telefonistas.

 

A 15 de novembro de 1982, foi realizada a primeira eleição. Ganhou o pleito o Sr. Ataídes Barbosa da Silveira, tendo como vice o Sr. Geraldo Dias Reis. Nesta ocasião elegeram-se vereadores os seguintes parlamentares: Agnaldo Puziol, Adael Fernandes, José Pereira, Dilma Machado, Edgar Laurindo, Antonio Leônidas, Milton Campos, Ademar Balbino e Silvio Pinheiro. Assumiu ainda o suplente Valci Resende.

 

A "safra" de vereadores da primeira legislatura ofereceu bons políticos, mais tarde venceram eleições para a Prefeitura local os seguintes ex-vereadores: Agnaldo Puziol e Edgar Laurindo da Silva. Outro fato político relevante foi a eleição do Sr. Geraldo Dias Reis, ex-vice prefeito de Salto do Céu, em 1986, que, posteriormente, tornou-se deputado estadual.

 

No ano de 1983 foram implantadas a Emater, Bemat e Sanemat. Não demorou muito e foi construído um posto de resfriamento de leite da Coopnoroeste, que deu origem ao futuro supermercado, que foi instalado na av. Pedro Pedrossian.

 

A 29 de junho de 1985, foi criada a Paróquia de Salto do Céu, realizada pelo bispo D. Máximo Biénes, da Diocese de Cáceres, passando a denominar-se Paróquia Nossa Senhora da Penha. A 15 de abril de 1990, o padre Theodóre Briend celebrou sua última missa, como pároco e vigário local, sendo transferido

 

Um fato lamentável marcou a vida dos habitantes de Salto do Céu. No dia 13 de setembro de 1987, um ônibus da empresa Transjaó, transportava atletas e torcedores, que fariam uma partida de futebol na vizinha cidade de Reserva do Cabaçal. Um terrível capotamento provocou a morte de seis pessoas da comunidade; Gilson Machado, Gilmar Fernandes de Souza, Nivaldo, Célio, João Loura e Rui, que faleceram no hospital.

 

É grande o potencial turístico do município, com especial destaque para as cachoeiras, Salto das Nuvens, Salto das Estrelas e a Cachoeira do Rio Juba.